quinta-feira
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Depois do encontro frustrado pela Madre Superiora, a noviça, tentando acalmar os ânimos, ocupa-se na leitura de uma brochura de arte antiga. Ainda que na maioria das imagens mal foque a vista porque os seus apetites são outros, o olhar prende-se-lhe numa reprodução de Leda e o Cisne e dá por si protagonizando o que, atenta e libidinosamente, observa.
Leda era uma jovem e bela noviça que em certas noites de lua cheia se escapulia do convento para se refrescar no rio. Retirava o hábito e banhava-se nas serenas águas, que deslizantes lhe passeavam pelo corpo nu, revisitando cada esconderijo.
Certa vez, Zeus – que andava neste mundo metamorfoseado em Padre Confessor - reparando na bela noviça, esconde-se para contemplá-la de longe. Preso aos seus encantos, mas temendo assustá-la com a sua gloriosa e potente figura, Zeus - na tentativa de cortejar a jovem - mais uma vez se transforma, convertendo-se num belo cisne.
Ao ver o esplendoroso animal a aproximar-se, Leda senta-se e começa a observá-lo. Diante dos seus olhos, o maravilhoso espécime empina-se e começa a mover as suas belas plumas com grande excitação, movimentando o corpo numa dança frenética que evidencia o seu olímpico desejo. De súbito, começa a acariciá-la provocando-lhe leves arrepios à passagem das suas plumas pela sua alva pele. Com suaves bicadas, percorre-lhe o corpo, procurando-lhe os recantos mais íntimos e abrindo as asas, escorrega por ela.
A doce noviça não se move, fascinada e amortecida pela divina sedução e, nem acreditando, afasta os joelhos devagar, abrindo–se ao cisne desabrido que, lentamente, se adentra nela.
E assim se amaram.
Certa vez, Zeus – que andava neste mundo metamorfoseado em Padre Confessor - reparando na bela noviça, esconde-se para contemplá-la de longe. Preso aos seus encantos, mas temendo assustá-la com a sua gloriosa e potente figura, Zeus - na tentativa de cortejar a jovem - mais uma vez se transforma, convertendo-se num belo cisne.
Ao ver o esplendoroso animal a aproximar-se, Leda senta-se e começa a observá-lo. Diante dos seus olhos, o maravilhoso espécime empina-se e começa a mover as suas belas plumas com grande excitação, movimentando o corpo numa dança frenética que evidencia o seu olímpico desejo. De súbito, começa a acariciá-la provocando-lhe leves arrepios à passagem das suas plumas pela sua alva pele. Com suaves bicadas, percorre-lhe o corpo, procurando-lhe os recantos mais íntimos e abrindo as asas, escorrega por ela.
A doce noviça não se move, fascinada e amortecida pela divina sedução e, nem acreditando, afasta os joelhos devagar, abrindo–se ao cisne desabrido que, lentamente, se adentra nela.
E assim se amaram.
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23 confissões:
Irmã:
Eu, pobre pecador, sei que a carne é fraca (pela amostra nem o é assim tanto, mas esqueçamos isso por agora)e que o tempo quente pede uns banhos refrescantes na água do rio. Depois os cisnes são doidos por água e vai daí tudo pode acontecer com uma noviça ingénua, como convém.
Mas Irmã, havia necessidade de arrancar uma pena ao cisne? Ou foi ele que se depenou, para melhor sentir a frescura da água?
Romeiro: o cisne com tanta sacudidela deixou lá ficar umas quantas e eu, saudosa, tomei a liberdade de guardar uma delas.
Sou lá moça para arrancar penas a alguém?
Ó Noviça! Noviça! Assim não chega a votos e nunca será Irmã...Tenho uma certa inveja de si! Bem me banho em lagos de água fria, gelada, morna, quente e assim-assim, mas nunca fui encontrada por nenhum deus, diabo,ou qualquer outro macho. Encontrei alguns sapos a quem me apressei a beijar mas continuaram sapos...
Fiquei com uma certa curiosidade:
precisava de arrancar uma pena ao "cisne"? Vai guardá-la como recuerdo? Vai confessar ao Padre Confessor que o fez?
Vade retro Satanás que pecou!
para alem de se amarem também podiam ter sexado... é uma pena!
Fui convidada pelo Padre Insano a vir ao confessionário... sim eu confesso... sou agnóstica... mas depois do que li aqui dá vontade de ser crente para ter o prazer de pecar e depois confessar
Tere: Vou confessar tudinho ao padre e pedir-lhe a absolvição, não sei é do quê, porque continuo sem ser pecadora.
E não arranquei a pena ao pássaroco, conforme expliquei ao Romeiro.
E o diabo aqui "Vade recto", não sei se reparaste.
Vicio: seria mais uma "cisnadela", não?
Felina, o padre confessor convidou-te... ele a mim também me faz convites mas festas, que é bom, ainda não fez nenhumas.
Noviça quer dizer que o padre consegue resistir à tentação?
Não sei. Só ele é poderá responder, mas eu até agora não vi nada.
Olá!
Aqui estou eu a retribuir a simpática visita que uma certa e ilustre Madre superiora deste delicioso convento, me fez há dias.
O que dizer de todo o conteúdo que aqui borbulha de emoções escaldantes de luxuriosas confissões?
Todo o blog é digno de louvar tanto pela ideia, como pelos contribuidores e pelas histórias de fazer corar qualquer paroquiano exemplar!
Portanto, só me resta dizer que estão todos de parabéns!
Acho até, que um certo poema que escrevi, não ficaria aqui nada mal:
Eu
Pecadora
Me confesso
Sim
É verdade
Quebrei todos os votos
Que te fiz por amor
Num impulso de fraqueza
Que me inquietou a alma...
As promessas
A dedicação plena
De só a ti pertencer
Desculpa-me Senhor
Mas não consegui
A tentação foi maior
E rendi-me ao desejo
Pois queria tanto conhecer
O paladar do pecado
Queria tanto saber
Se era doce ou amargo
Ousei
Provei
E... gostei!
Juro-te que falo a verdade
Nem sequer
Te rogo o meu perdão
Pois se pequei
Se vendi a alma ao Diabo
Num acesso de loucura
E paixão
Castiga-me por favor
Eu sei... bem o mereço!
Senhor...
Nada mais poderei fazer
Pois tudo o que eu fiz
Foi de total e livre vontade
Insana entrega
No leito da luxúria
E no deleite
Dos prazeres da carne
E sabes Senhor
Vou-te confessar um segredo
Não conheço melhor sabor
Do que o sabor do pecado
Pisar o risco
E ousar
Desafiar os limites
Do certo e do errado
Por isso
E se ainda me quiseres
Senhor
Terás de me partilhar
Com o demónio que me possuiu
Carregando com o peso do meu segredo!
E este desejo...
Que ainda me escalda a pele
Por debaixo deste hábito
Que encolheu
E já não me chega
Para me livrar da queda
Na alcova da tentação
Aqui estou
Senhor
À mercê do teu castigo
Pela minha redenção...
http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=69756
Por agora e como o tempo é curto, deixo uma promessa: voltarei com toda a certeza!
Beijos e abraços
Já tinha escrito um outro comentário que me desapareceu no ar...
Mas volto aqui a deixar o essencial do que tinha escrito:
Este blog é de facto uma lufada de ar fresco neste universo da blogosfera, portanto, os meus sinceros parabéns!
Acho que não ficava aqui nada mal um certo poema que um dia escrevi:
Eu
Pecadora
Me confesso
Sim
É verdade
Quebrei todos os votos
Que te fiz por amor
Num impulso de fraqueza
Que me inquietou a alma...
As promessas
A dedicação plena
De só a ti pertencer
Desculpa-me Senhor
Mas não consegui
A tentação foi maior
E rendi-me ao desejo
Pois queria tanto conhecer
O paladar do pecado
Queria tanto saber
Se era doce ou amargo
Ousei
Provei
E... gostei!
Juro-te que falo a verdade
Nem sequer
Te rogo o meu perdão
Pois se pequei
Se vendi a alma ao Diabo
Num acesso de loucura
E paixão
Castiga-me por favor
Eu sei... bem o mereço!
Senhor...
Nada mais poderei fazer
Pois tudo o que eu fiz
Foi de total e livre vontade
Insana entrega
No leito da luxúria
E no deleite
Dos prazeres da carne
E sabes Senhor
Vou-te confessar um segredo
Não conheço melhor sabor
Do que o sabor do pecado
Pisar o risco
E ousar
Desafiar os limites
Do certo e do errado
Por isso
E se ainda me quiseres
Senhor
Terás de me partilhar
Com o demónio que me possuiu
Carregando com o peso do meu segredo!
E este desejo...
Que ainda me escalda a pele
Por debaixo deste hábito
Que encolheu
E já não me chega
Para me livrar da queda
Na alcova da tentação
Aqui estou
Senhor
À mercê do teu castigo
Pela minha redenção...
Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=69756#ixzz0v5p1AYYW
Impulsos: lindo e adequadíssimo poema. Se quiseres entrar aqui para o nosso convento é só dizer. Precisavamos de um trovador para animar as festas (que só ainda não se fizeram por falta de tocador).
Noviça olha minha querida já ouvi chamar muitos nomes a isso, mas cisne, cisne? Afinal voa?
Noviça olha minha jovem (julgo) nao vás por esse caminho cheio de penas "canao" ficarás com pena.E pen tenho eu de nao ter encontrado um cisne mas sim um patinho feio. Ai noviça nunca chegarás a madre superiora com essa conduta. kis :)
Será que foi daí que surgiu a expressão "fiz-lhe um bico"?
GI: quando não há cão, caça-se com o gato.
Rafeiro: não deve ter sido, porque bico ele já tinha.
*
pena com dó,
penando á solta !
,
conchinhas,
,
*
Poeta: acho que ela não teve dó, só penas.
Mais uma "receita conventual" que proporcionou um excelente momento...literário.
Agradeço e retribuo visita ao meu cantinho;)
Tudo de bom.
aflores: Bem-vindo e obrigada pelo comentário.
É sem pena que aqui volto
P'ra ver a pena que tu usas.
Tem cuidado com o teu ar solto!
Será que da pena não abusas?
Eu com pena já não escrevo,
Agora escrevo no computador.
Mas o cisne, que é teu coevo,
Não será ele um abusador?
É a grande dúvida do pobre Romeiro que sou, e que pela segunda vez veio em romagem a este sítio, na esperança de ver se a Noviça já tinha mudado de pena.
Ainda dizem que os animais não são amigos...