sábado


In nomine dei

Vem comigo, desejo apresentar-te ao novo capelão – diz-me a madre superiora. Sigo-a curiosa porque a notícia do novo confessor correu célere no convento.

- Noviça, este é o capelão que te servirá e a quem deverás confessar os teus mais ínfimos pecados, para regozijo e descanso da tua alma.

Sim, madre - assinto, submissa.

 

Meus olhos percorrem o rosto moreno, emoldurado por uns cabelos longos e negros. A barba rala parece existir para o simples pressuposto de ser roçada e uns olhos, uns olhos tão belos, sedutores e poderosos que suspeito conseguirem ver dentro de mim. Debaixo da batina, adivinha-se um corpo viçoso e perfeito.

Olha-me… e os seus olhos ardem quando se encontram com os meus e um calor intenso apodera-se de mim.

- Muito prazer, cara noviça.

Cuida a distância com um aperto de mãos. Mas sentir a sua mão na minha, no meu tacto, pesou-me mais do que um beijo na face. Este, seguramente, passaria mais rápido e não me demoraria tanto nos pensamentos.

- Disponha do que lhe aprouver…

- Assim farei, Sr. Padre, assim farei, prometo.

De relance olho para trás e vejo que também me observa. Esboço um sorriso. Retribui.

Vamos rezar muito juntos, penso.





2 confissões:

Venus in red disse...

Aguardo relatos de futuras orações...




Basium

Anónimo disse...

Também eu, mas ele não me convoca para a reza.



A sensualidade é como o perfume. Duas gotas, a perfeição. Um frasco inteiro, uma overdose de enjoo.

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2. em nenhum momento se pretendeu ferir susceptibilidades relativamente a credos ou religiões.



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